por: Jarbas Couto e Lima
Amigo, me perdoe o desprazer
Bebedeira me destrói, fui buscar outro lazer
Passei ao computador
Escrevo num livro de faces
Tenho aqui um provedor
Que fica lá nos States
Bate-papo agora é mudo
Sem garçom, sem tira-gosto
Sem garota que passe
Sem ver tristeza no rosto.
O meu sítio digital
(Não pense em fruta, nem flor)
É uma terra sem quintal
Quando vou ver os vizinhos
Uso um navegador
Com propaganda na proa
Mas sem santo protetor.
Mesmo assim, trafego em tudo
Sei até em demasia:
A viagem da vizinha
As bodas da minha tia.
No vaivém do mercado
Inflacionei amizades
Só de ver a quantidade
Já me sinto o bem amado
Somei contatos da rede
De um amigo mais prezado.
Nesse orbe sem boteco
Ama-se sem abraço
Há multidões sem toques
Em encontros abstratos
Pra encurtar conversa,
Já que estou com e-mail aberto
Quando for me visitar
Peço-lhe o obséquio
De postar no meu mural
Pois conta para o prestígio
Deste amigo virtual.
Refaça lá no meu Face
O convite que me fez
Que vou pesquisar no Google
Ou talvez no myspace,
Com que samba eu vou pro blog
que você me convidou.
6 comentários:
Muito bom o resumo desta época em que nunca tivemos tantos "amigos" desconhecidos.
Obrigado pela visita Kovacs! O bom mesmo é poder estabelecer contato com pessoas tão distantes, mas com a mesma sensibilidade..
Abraço!
Muito bom seu samba de blog. Adorei. Parabéns!
Aí meu amigo, letra 1000, já tem melodia?,,disponibiliza poxa..hehehehehe
Olá, Luiz! Ainda não tem melodia. Você não quer me ajudar? Afinal, quem tem nome de artista é você... rsrsr... Abraço!
Gostei principalmente dos versos 07 a 17, são de uma leveza e de uma inteligência incríveis ao falarem de um problema atual, o isolamento do homem no mundo virtual ( o tanto que perdemos ao deixar a mesa de bar, rsrsrs), brincando com a semântica das palavras (navegador, sítio/site,bate-papo...)
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