quarta-feira, 6 de abril de 2011

Asfixia

                  (para Giselly, que o recitou no Festival Maranhense de Poesia Falada, em 1987)

Falta ar
Passam idéias sufocantes
todas pela metade
O coração é um tanque de guerra
a cabeça, um míssil desativado
a alma flutua sobre o prodre resto de corpo
sobre braços ocos sem a carne da paixão
veias gélidas,
         fúnebres
passos desatinados nas linhas da mão
os olhos abertos num quarto sem tua luz
sob o susurro do esquecimento
o silêncio toca o disco da tua voz
Para a oficina do ser eu
o ser tu já não é dito em mim
Sou um monumento europeu
ou um mendigo num sono de jardim?
Talvez seja o jornal que abraça o mendigo
talvez a ferrugem na flecha do cupido...

3 comentários:

Giselly Lima disse...

Jarbas, adorei a lembrança... apesar do mico homérico! Tremia tanto e ainda esqueci no meio... e aquela plateia da UFMA... Mas lendo agora o poema, o trauma desaparece. Valeu a pena me encher de coragem e ir lá defender sua veia poética. O talento é antigo!

Jarbas Couto e Lima disse...

Giselly,
Você foi corajosa como ainda é hoje. Acho que você tinha uns 16 anos e enfrentou um auditório de universitários. Valeu o trauma.
Abraço!

Anônimo disse...

BOM OS TEUS POEMAS ATE ME INSPIREI PARA MUSICAR UM OU OUTRO.

MARCO CRUZ
UM ABRAÇO.